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quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Bem-vindo à perfeição [Perfeito é quem deixa a vontade de Deus atuar em si, ainda que pareça um desastrado para o mundo]

 


Quando a alma aprendeu a sofrer com paciência, não escolhendo entre alegrias e tristezas, mas por tudo dando graças e louvando a santidade de Deus em todas as situações, aí pode-se dizer que avançou muito em direção à perfeição. Isso não impede que ocorram embaraços diários nas situações corriqueiras, pois é vontade de Deus que seus assemelhados não sejam vistos pelo mundo, mas antes considerados uns desastrados, simplórios, gente que "não tem boca prá nada...", ingênuos, "esquisitos", etc...
Mas, quando a alma aprendeu a sofrer com alegria, bebendo afetuosamente o cálice dos destinos, sem investigar o porquê disso ou daquilo, aí sim, BEM-VINDO À PERFEIÇÃO!!!

 
 Como você percebeu, a perfeição não é de acordo com os critérios do mundo, mas de acordo com a forma como permitimos que a VONTADE DE DEUS se realize em nossas vidas. Quando maior for nossa aceitação à vontade de Deus, o que, obviamente, inclui aceitar nossos próprios defeitos, a rejeição dos outros, a saúde fraca, os medos, dúvidas, incertezas, as hostilizadades, as zombarias, as incompreensões...... (e por aí vai...), TANTO MAIOR SERÁ NOSSA SILENCIOSA E DISCRETA PERFEIÇÃO DIANTE DE DEUS...!

 
 
 
E, principalmente, a perfeição passa pela CRUZ. Quem não toma sua cruz para seguir Jesus, não O encontrará!
 
Obviamente que nesse caminho há a OBEDIÊNCIA, VIDA VIRTUOSA e um ESFORÇO DIÁRIO PARA SER BOM, isso sem falar em uma ardentíssima devoção à Santíssima Virgem Maria, que foi a primeira a trilhar o caminho da perfeição, pois tinha, teve e tem Jesus dentro de si.
 
Mas é preciso deixar claro que os progressos efetivos somente são alcançados com a graça de Deus, que é abundante aos que buscam a perfeição, cientes de que "Sem Mim nada podeis fazer."

Não há perfeição maior do que as pessoas que se assemelham a Jesus, no modo de viver e na aceitação do sofrimento!

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Combati o bom combate - As Virtudes da Paciência e do Silêncio - Santa Faustina - Viver Pra Mim é Cristo, Padre Fábio de Melo.



“Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.”


O fragmento acima, retirado a segunda carta de São Paulo a Timóteo (4,7), traduz fielmente o que é a vida do Cristão sobre a Terra, uma luta incessante, que somente encerrará quando o discípulo fiel de Cristo estiver com Ele no Céu.


Portanto, é preciso armar-se de muita paciência, perseverança e ânimo para suportar as vicissitudes da vida, pois de combate em combate se chega ao Céu. Em outras palavras, o Cristão deve sempre estar pronto para grandes combates, para empreender grandes esforços e honrar e glorificar a Deus com as experiências da vida.


Ninguém passa pela vida sem enfrentar problemas, sem sofrimento, sem perdas.

É uma ilusão achar-se feliz quando não sucede importunação ou mal algum. Na verdade, encontra a felicidade quem aprendeu a sofrer com alegria, ou, pelo menos, como paciência e resignação.

Ter ânimo e sujeitar-se pacientemente à vontade de Deus é essencial para quem pretende vencer o combate da vida, como São Paulo o fez.

Os sofrimentos físicos são um exercício de paciência, uma verdadeira escola. Os sofrimentos morais ou sofrimentos da alma são ainda mais difíceis, muitas vezes ocultos no silêncio do coração, sem ser notado por ninguém, num silencioso e diário martírio.

Por isso, armar-se de paciência é muito importante, para vencer as adversidades e o próprio inimigo da alma. A paciência na adversidade fortalece a alma. As pessoas que nos exercitam na paciência (aquelas que por vezes são inoportunas, incomodativas, cansativas ou opositoras) são, na verdade, benfeitoras da nossa alma, muito embora isso, segundo os conceitos humanos, pareça algo incompreensível, uma humilhação contínua, enfim, uma situação vexatória e incomodativa que suscita indignação.

Com efeito, muitas vezes a virtude é explorada ou oprimida porque fica silenciosa, porém sairá amplamente vencedora se tiver ânimo para a luta e paciência para suportar os momentos adversos. Poucos sabem, mas “A paciência dá glória a Deus” (Diário de Santa Faustina, 920).

Nessas horas de combate e adversidade, além da paciência, é preciso o silêncio, a mais eloquente forma de confundir os inimigos, exatamente como Jesus fez quando estava diante de Herodes. “O Silêncio é uma linguagem tão poderosa que atinge o Trono de Deus vivo. O silencio é a Sua palavra, embora oculta, mas poderosa e viva” (Diário de Santa Faustina, parágrafo 888). “Quando me calo, sei que vou vencer” (Diário, 896). Santa Faustina chegou ao ponto de dizer “A paciência, a oração e o silêncio – eis o que fortalece a minha alma” (Diário, 944).

É importante, ainda, observar que “Antes de cada grande graça, a minha alma é submetida à prova da paciência(Diário, 1084). Ou seja, as provações são um bom sinal, mas é preciso paciência, silêncio e ânimo para suportar os momentos adversos e perseverar até o momento em que a Providência nos dê a vitória.


Além disso, os atos de paciência devem ser oferecidos a Deus, como um presente, pois são atos que O glorificam. É justamente por isso que Deus nos dá muitas ocasiões para exercitarmos a paciência, algumas vezes no limite da suportabilidade.

Especificamente sobre a virtude da paciência, transcrevo mais um fragmento do Diário de Santa Faustina: “Conheci que a maior força está contida na paciência. Vejo que a paciência sempre conduz à vitória, embora não imediatamente, essa vitória se manifestará depois de anos. A paciência anda junto com a mansidão.” (Diário, 1514)                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

No parágrafo 86 do Diário de Santa Faustina, Jesus fala a respeito das contrariedades no trabalho religioso, afirmando que “Não recompenso o bom êxito, mas pela paciência e pelo trabalho suportado por Minha causa.”

"...A alma que está unida com Deus deve ser preparada para grandes e árduos combates." (Diário de Santa Faustina, parágrafo 121)

Portanto, temos de ter em mente que a vida é uma luta. Mal vencemos um combate, já temos outra situação, de modo que a vida passa assim, numa sucessão de batalhas.


Feliz aquele que nunca desanimar.

Um forte abraço a todos.

A Paz de Jesus e o Amor de Maria.

Abaixo, um vídeo extraordinário, com a música, viver para mim é Cristo, de Padre Fábio de Melo. 




segunda-feira, 29 de abril de 2024

Aprendendo a perdoar. A importância do Perdão. "Dê o Primeiro Passo, Perdoe". "A Cura pela Missa". Oração do Padre Robert De Grandis.

Lembro que, há alguns anos, deparei-me com o livro “Dê o Primeiro Passo, Perdoe”,  cuja autoria é atribuída ao Padre Robert De Grandis, sacerdote norte-americano que é uma das grandes referências do catolicismo do Século XX, especialmente em se tratando de RCC – Renovação Carismática Católica.
 

No livro, o Padre De Grandis fala sobre a importância e a força libertadora do perdão.

Há também outro livro igualmente importante, também de autoria do Padre De Grandis, é “A Cura pela Missa”, também de leitura recomendada.
 
Uma oração muito importante elaborada pelo Padre De Grandis é esta:

“Senhor Jesus, peço-Vos hoje a graça de perdoar.

Senhor, eu Vos perdoo pelas vezes em que não respondeste às minhas orações como eu desejei; em que a morte, a enfermidade e as dificuldades financeiras abateram a minha família e por aquilo que me pareceu um castigo e que, segundo diziam, era a vontade de Deus. Tornei-me amargo e rebelde. Purificai hoje o meu coração e minha mente, Senhor Jesus.

Senhor, perdoo a mim próprio por todas as vezes em que não Te coloquei no centro da minha vida; eu me perdoo por usar o teu Santo Nome em vão; eu me perdoo por não amar as outras pessoas como Tu as amas; eu me perdoo, pelas vezes em que julguei, condenei, prejudiquei, fofoquei, menti, enganei ou dei continuidade a rumores; eu me perdoo, por não ter aceitado ou respeitado a mim próprio ou a outras pessoas; eu me perdoo, pela linguagem suja que utilizei e por ter contado piadas impuras; eu me perdoo, por ter abusado do álcool ou das drogas; eu me perdoo, pelo uso ou promoção do uso de contraceptivos; eu me perdoo, pelo envolvimento em actos homosexuais; forniquei, masturbei, ou cometi adultério, eu me perdoo; violei qualquer pessoa, física sexualmente, eu me perdoo; pratiquei o aborto ou induzi alguém a fazê-lo, eu me perdoo; vi, usei ou dei materiais pornográficos, eu me perdoo; por mergulhar na superstição, usar tábuas de comunicação com espíritos, ler horóscopos, ir a sessões espíritas, consultar cartomantes, ler as mãos e usar amuletos… Rejeito todas essas superstições e Vos aceito como Meu Senhor e Salvador. Comunicai-me Vosso Espírito Santo.

Senhor, Jesus, ajuda-me a perdoar à minha mãe através de um acto da minha vontade: perdoo à minha mãe pelas vezes que me magoou, ficou ressentida e zangada comigo, me puniu, preferiu meus irmãos e irmãs a mim, me chamou de tolo, feio, estúpido, o pior de seus filhos. Eu lhe perdoo por ter dito que eu dava muita despesa, era malquisto, um acidente, um erro, que não era o que ela esperava. Eu lhe perdoo por me dar em adopção, por manipular, controlar ou reclamar, por julgar, condenar ou criticar; por não aceitar meus amigos, esposo(a); por ser superprotectora ou interferir: Eu perdoo à minha mãe por abusar do álcool ou das drogas; por ter casos extra-conjugais; por separar-se do meu pai ou divorciar-se; por casar-se de novo; por ficar doente ou morrer…

Senhor Jesus, concedei-me a graça de perdoar ao meu pai por criticar, envergonhar, humilhar as pessoas; perdoo ao meu pai pela falta de apoio, de amor, de afeição, de atenção e de companhia. Dou-lhe meu perdão por suas brigas, discussões, abandonos, ausências de casa; eu perdoo ao meu pai por se haver divorciado de minha mãe, por suas bebedeiras, pelas suas ásperas críticas; eu perdoo ao meu pai, por ser violento fisicamente ou por castigar severamente; por abuso sexual verbal ou emocional; por abusar do álcool ou das drogas, eu lhe perdoo; por jogar ou ser irresponsável financeiramente, eu lhe perdoo; por não dizer “Eu amo você”; por não me proteger, eu perdoo ao meu pai; por ter casos extra-conjugais; por separar-se da minha mãe ou divorciar-se; por casar-se de novo; por ficar doente ou morrer, eu perdoo ao meu pai…

Senhor, perdoo aos meus irmãos e irmãs, aos que me rejeitaram, me caluniaram, me odiaram, me detestaram, disputaram o amor de meus pais, me agrediram, foram severos demais comigo e tornaram minha vida desagradável….

Senhor, perdoo à minha esposa (ao meu marido) pela falta de amor, de atenção e de comunicação; por seus defeitos, debilidades, falhas e outros actos ou palavras que me prejudicaram e perturbaram…

Senhor, perdoo aos meus filhos pela falta de respeito, pela desobediência, pelo pouco amor, cordialidade e compreensão; pelos seus vícios e afastamento da Igreja...

Senhor, perdoo aos meus parentes próximos, meus avós, tios, além de outros que têm interferido em minha família, causando confusão, colocando meus pais um contra o outro…

Senhor, perdoo aos parentes, especialmente minha sogra e meu sogro, cunhados e cunhadas, além das pessoas que se tornaram meus parentes em virtude de meu casamento, que de algum modo me ofenderam…

Senhor, perdoo aos meus colegas de trabalho que são desagradáveis e tornam minha vida insuportável, empurram-me trabalho que não me compete, falam mal de mim, não cooperam comigo, tentam tirar meu emprego…

Também meus vizinhos devem ser perdoados, Senhor, pois eles são barulhentos, dão festas à noite, têm cães que latem o tempo

todo e não me deixam dormir. Eles me importunam com suas brigas e mexericos…

Senhor, perdoo a todos os padres, a todas as freiras, a todos os bispos, à minha paróquia, às paróquias do passado, aos conselhos paroquiais e a todas as conferências da Igreja e á Igreja Católica Romana, por todas as suas mudanças, falta de apoio, mesquinhez, maus sermões, falta de cordialidade; por não me apoiarem como devem, não me inspirarem, não me utilizarem em posição-chave não me utilizando no melhor de minhas capacidades, e por quaisquer aborrecimentos que hajam infligido a mim ou à minha família, mesmo que em um passado distante…

Perdoo a todos os profissionais que me prejudicaram de algum modo: médicos, enfermeiros, advogados, juízes, políticos e funcionários públicos.

Perdoo a todos os que prestam serviços: polícias, bombeiros, motoristas de autocarros, assistentes sociais e, muito especialmente, mecânicos de automóveis e técnicos de TV que me enganaram…

Perdoo ao meu empregador que não me paga o suficiente, não aprecia o meu trabalho, é muito descortês e pouco razoável, ranzinza, implicante e, além de tudo, não me promove…

Perdoo, Senhor a todos os professores da escola e a todos os instrutores do passado ou do presente. Também àqueles que me insultaram, me humilharam, zombaram de mim, me chamaram de tolo e me prenderam depois da aula.

Senhor, perdoo aos meus amigos que me decepcionaram, perderam contacto comigo, não se prontificaram quando precisei de ajuda, pediram-me dinheiro emprestado e não me pagaram.

Senhor, rezo especialmente pela graça de perdoar àquela pessoa que mais me prejudicou na vida e rezo em especial para que eu possa perdoar a mim próprio.

Senhor, suplico o perdão de todas essas pessoas pelas mágoas que lhes causei, especialmente meu pai, minha mãe, meu cônjuge e meus filhos.

Agradeço-Vos, Senhor, pelo amor que recebi por meio deles.

Amém.

Se agora se sente melhor física, psicológica ou espiritualmente, é porque você acabou de ter uma experiência de cura por meio do perdão. Deve estar se sentindo mais leve e tranquilo. Senão, recomendo que leia diariamente esta oração lentamente durante novena-9 dias. Peço ao Espírito Santo que o guie, que abra o seu coração e a sua mente, por meio do processo do perdão.” De Grandis, Pe. Robert, SSJ. A Cura pela missa. São Paulo, Loyola, 1987

Além dessa oração eu recomendo a você que agora lê o nosso pequeno BLOG que reze da seguinte forma:

1) Primeiro identifique as pessoas que mais precisa perdoar. Faça uma lista. No começo talvez você pense não há muitas pessoas a perdoar, porém quando começar a fazer a lista verá que o número de pessoas aumenta o tempo todo, a ponto de o papel começar a ficar pequeno. Essa lista é a “LISTINHA DO PERDÃO”.

2) Feita a lista reze pelas pessoas que você mesmo anotou o nome, muitas delas serão de sua própria família, principalmente o cônjuge e os afins (parentes do cônjuge, sogra, sogro, cunhados...).

3) Peça encarecidamente que Deus lhe conceda a graça de perdoar essas pessoas.

4) Além disso, também recomendo que você participe da Santa Missa e, durante o ato penitencial, peça perdão pelos pecados das pessoas que magoaram você, como se os pecados fossem seus! É!... É isso mesmo!... Peça perdão pelos pecados dessas pessoas como se fossem seus esses pecados, como se você estivesse prestando contas e dando satisfação a Deus pelos pecados dessas pessoas que você colocou na “listinha do perdão”.

Está difícil? Então vamos fazer assim, quando você estiver na Missa, preste a atenção pois o ato penitencial é logo no início, logo após sinal da cruz, quando as pessoas normalmente cantam “Piedade, piedade, Senhor” ou “Misericórdia...”. Quando o padre falar “peçamos perdão a Deus”, você, mentalmente, começa: “Senhor, peço-Vos perdão pelos pecados de minha esposa (meu esposo), pelas suas grosserias, pelas suas palavras duras, pela sua indiferença, pelo abandono em que me deixa, por não reconhecer meus esforços, etc... Peço-Vos, ó Deus, que perdoe minha esposa (meu marido) pela traição, ofensas, humilhações, etc... Aí você segue em relação às outras pessoas que você tem dificuldade para perdoar.

5) Lembre também de abençoar as pessoas que o (a) ofenderam. Quando você abençoa a bênção repousa sobre você. Pode ser que você si sinta um bobo ou uma boba em perdoar e abençoar que o (a) ofendeu, porém, quando terminar a oração, estará em tamanha paz que jamais vai querer guardar qualquer mágoa novamente. Depois de fazer isso, você experimentará grande liberdade interior e uma paz profunda na alma, paz que ninguém vai poder lhe tirar.

A Paz de Jesus, o Amor de Maria Santíssima estejam em seus corações.

sábado, 12 de agosto de 2023

Um bom começo...

Um bom começo 


Depois que uma alma aceita verdadeiramente Jesus Cristo, a vida que ela vive tem de mostrar a diferença. Torna-se virtuosa, casta, honesta, íntegra; enfim, ostenta inúmeras aparências de Cristo. Aquela pessoa nervosa, fuxiqueira, irrequieta, maliciosa aos poucos vai se transformando (não que isso seja fácil), vai se amoldando e, gradativa e continuamente, se tornando uma imitação do Filho de Deus.  Algum tempo após o encontro pessoal com Jesus, já se percebe naquela alma uma mansidão que não tinha, uma doçura que não era conhecida, uma bondade que não se imaginaria que ela pudesse dispor. 

Uma pessoa que não apresenta essas transformações é por que não teve verdadeiramente um encontro pessoal com Jesus. Até pode ser vista com frequência na Igreja, até cargos ocupa, fazendo uso da indumentária exigida. Porém, sua conduta revela que a experiência foi unicamente momentânea e superficial. Em outras palavras, houve uma experiência religiosa que suscitou frutos, porém estes não vingaram em razão de que a alma recusou o molde de Cristo em si.

Isso acontece quando Deus é considerado um "quebra-galho", um auxílio oportuno para momentos inoportunos. Lógico que Deus é auxílio em todas as ocasiões, mas se Ele não está no centro da nossa vida, nossa experiência religiosa será unicamente superficial, como uma sensação transitória e efêmera, que foi útil em um dia, mas depois não serviu mais.

Nossa vida e nossa conduta serão nosso termômetro. Se a experiência em Deus foi válida, as pessoas vão perceber o quanto nós mudamos e o quanto nós melhoramos. Muitos vão perceber a mansidão e a bondade de Jesus em nós, na proporção da nossa estatura, evidentemente. Mas também saberão diferenciar que há momentos em que precisamos ser graves e enérgico, porém sem perder a mansidão e a humildade de coração.

Essa mudança não será automática e muito menos instantânea. Haverá conflitos entre o "eu" passado e o "eu" renovado em Cristo. E isso obviamente não será fácil. O novo fiel será testado, provado e tentado, e não fará pouca coisa se sofrer em silêncio. Assim, todos verão em você uma cópia fiel daquele cuja fé você professa, pois verão as marcas e sinais de Jesus na sua vida.

Se você quer viver uma experiência concreta e transformadora em Cristo, aprofunde-se na fé, nas práticas piedosas, na oração, e prepare-se corajosamente para o sofrimento. Evite a murmuração, fofocas, escândalos, algazarra, gritaria e coisas do gênero. Não tenha medo, encha-se de coragem, não cultive maus sentimentos (desejo de vingança, tristezas, desânimo, mágoa, ressentimento, etc); Evite julgar as pessoas e não dê seguimento a rumores e fofocas (se um assunto constrangedor chegou a até você, que não passa adiante, faça bom uso do silêncio).

Isso não é tudo, mas é um bom começo.

(Diácono Marcos)

quinta-feira, 6 de abril de 2023

SEXTA-FEIRA SANTA - DIA DE MEDITAR PROFUNDAMENTE A PAIXÃO DE CRISTO.

Prezados amigos do Grupo de Oração Água Viva:

É com o coração cheio de alegria que me ponho a escrever, em plena Sexta-Feira Santa, dia de meditar profundamente a dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Conforme ensinamento constante no livro Imitação de Cristo: “Se não sabes contemplar as coisas celestiais, medita na paixão do Salvador, e habita gostosamente em suas chagas sagradas” (Imitação de Cristo, Editora Ave-Maria, Livro II, Capítulo 4, Pág. 131). Portanto, passemos agora a reviver em nosso coração os momentos marcantes de Jesus, para que possamos ter paciência e força diante dos sofrimentos do mundo.

I- PRIMEIRO MISTÉRIO DOLOROSO – A AGONIA NO HORTO:

Após o encerramento da ceia pascal, Jesus dirigiu-se ao Monte das Oliveiras, local onde passou a angustiar-se em razão de tudo o que haveria de lhe acontecer nas próximas horas.

Assim diz a Palavra:

“...Retirou-se Jesus com eles para um lugar chamado Getsâmani e disse-lhes: ‘Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.’ E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e angustiar-se. Disse-lhes, então: ‘Minha alma está triste até a morte. Ficai e vigiai comigo.’ Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: ‘Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres.’...” (Mateus, 26, 36-39)


Em face da agonia, o inimigo aproximou-se e tentou violentamente Jesus, no intuito de convencê-lo a desobedecer ao Pai. Jesus, porém, fez-se obediente até a morte, dando-nos o exemplo de como devemos reagir diante das sugestões daquele que se opõe a Deus, que é obedecendo ao Pai até o último momento de vida.
Além disso, é preciso observar que nós, quando estivermos diante de momentos angustiantes, precisamos nos voltar ao Pai, com obediência e resignação.
Por último, observemos que Nosso Senhor Jesus Cristo nos mostrou o caminho da Cruz, o caminho da vida, a chave do Céu. Se houvesse outro caminho para a Salvação, que não a Cruz, Jesus o teria mostrado, com exemplos e palavras.



"Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca".

II- SEGUNDO MISTÉRIO DOLOROSO - A FLAGELAÇÃO DE JESUS:

Muito embora o tenha reconhecido inocente, Pilatos manda flagelar Jesus, que é submetido ao escárnio pelos soldados romanos. Jesus sofre muitas chicotadas, a ponto de quase ser morto ali mesmo.
Meditando sobre a flagelação de Jesus, observamos que, muitas vezes, nós também somos flagelados pelos problemas da vida, principalmente os problemas no âmbito familiar. Nós também já sentimos o duro flagelo de ser rejeitado (a) pelas pessoas que mais amamos. Já sentimos também o duro flagelo da doença, do abandono, da crítica, do desprezo, das dificuldades financeiras.


Portanto, diante da tribulação e da flagelação representada pela cruz pessoal de cada um de nós, PACIÊNCIA. Pois é o caminho da tribulação, a porta estreita, que leva ao Reino dos Céus. Se Jesus também sofreu, muito embora reconhecidamente INOCENTE, também nós poderemos passar – e por certo passaremos – por momentos de tribulação. Nessas horas, é fundamental estar com a palavra de Deus bem presente na vida, para pô-la em prática, pois é o sopro de CRISTO (o Evangelho) que aniquila todos os males.
III- TERCEIRO MISTÉRIO DOLOROSO – A COROAÇÃO DE ESPINHOS:

Não bastasse a flagelação injusta, Jesus ainda foi submetido a profunda humilhação por parte dos soldados romanos, que lhe confeccionaram uma coroa de espinhos, lhe cobriram com um manto escarlate (vermelho), e lhe cuspiam e esbofeteavam, gritando jocosamente “Salve o Rei dos Judeus”.


Você talvez já tenha passado por situação assim, de se ver ou se sentir humilhado. Quando isso ocorre, tenha paciência. Lembre-se do que está escrito em Eclesiástico, capítulo 2:


“Meu filho, se entrares no serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara tua alma para a provação; humilha teu coração espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não se perturbe no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento de vida se enriqueça.
Aceita tudo o que te acontecer. Na dor permanece firme; na humilhação tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimenta o ouro e a prata, e os homens [e mulheres] agradáveis a Deus, pelo caminho da humilhação. Põe a tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor a ele até na velhice.”


Você também pode passar por isso, sentir-se humilhado no trabalho, em casa, nos lugares onde precisa ir. Pense muito no trecho bíblico acima citado. Lembre que a palavra de Deus é o sopro que aniquila todos os males. Além disso, se o próprio Cristo foi humilhado e não teve nenhuma reação diante dos opróbrios, é porque esta é a forma mais recomendada de enfrentar uma situação que – pelo menos momentaneamente – se revela imodificável.

IV- JESUS CARREGANDO A CRUZ.

Momento de intenso sofrimento é quando Jesus é obrigado a carregar a própria cruz. Medite cada passo do Senhor dos Passos. Quanta dor, quanto sofrimento. O peso esmagador da cruz, sobrecarregada pelos pecados do mundo. Lembre que Jesus já vinha de uma noite toda de agonia e tortura, estando sem dormir e, possivelmente, sem comer nem beber. Lembre também de São Bernardo, que recebeu a revelação de que a chaga mais dolorosa de Jesus era a chaga do ombro, no qual ele tinha de apoiar a cruz. Pense no Divino Mestre, em seus passos sofridos, cambaleantes, nas três quedas que sofreu. Não deixe de meditar no momento especial do encontro entre a Mãe e o Filho. Será que existe dor maior para uma mãe ver o filho nestas condições.



V- NO QUINTO MISTÉRIO, MEDITE A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS.

Procure meditar a forma estúpida e violenta como Jesus foi crucificado. Lembre-se do Salmo 22 (21):

“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes? (...) Eu, porém, sou um verme, não sou homem, o opróbrio de todos e a abjeção da plebe. Todos os que me vêem zombam de mim. Dizem, meneando a cabeça: ‘Esperou no Senhor, pois que ele o livre; que o salve se o ama’. (...) Cercam-me touros numerosos, rodeiam-me touros de Basã; contra mim eles abrem suas fauces, como o leão que ruge e arrebata. Derramo-me como água, todos os meus ossos se desconjuntam; meu coração tornou-se como cera, e derrete-se nas minhas entranhas. Minha garganta está seca qual barro cozido, pega-se no paladar a minha língua: vós me reduzistes ao pó da morte. Sim, rodeia-me uma malta de cães, cerca-me um bando de malfeitores. Transpassaram minhas mãos e meus pés: poderia contar todos os meus ossos. Eles me olham e me observam com alegria, repartem entre si as minhas vestes, e lançam a sorte sobre a minha túnica...”

Não é preciso muito esforço para perceber que Jesus padeceu enorme sofrimento. Além da humilhação, Jesus ainda foi transpassado pelos pregos, fixado na cruz e elevado para a salvação do mundo.
Era em torno do meio-dia. Jesus permaneceu nesta agonia profunda até às 3 horas da tarde, momento em que expirou e morreu.
Medite e tenha certeza: FOI TUDO POR VOCÊ, POR AMOR A VOCÊ!
Jesus foi crucificado para resgatar a dívida e a dignidade da espécie humana. Isso inclui, obviamente, você também. Toda vez que você olhar para um crucifixo lembre: FOR POR NÓS, POR TODOS NÓS, QUE JESUS ENTREGOU A SUA VIDA.
O SANGUE que JORROU DA CRUZ é fonte de misericórdia para todos os seres humanos, um manancial inesgotável, uma abismo infinito do amor de Deus para com todas as pessoas. Feliz quem, no momento favorável, confia-se na incomparável e imensurável misericórdia de DEUS. Quem não confiar e não buscar a misericórdia, enfrentará a JUSTIÇA!





Foi por VOCÊ, porque o (a) amo, no mais profundo do meu coração.









terça-feira, 5 de abril de 2022

QUARESMA, TEMPO DE CONVERSÃO - É PRECISO IR AO DESERTO.



QUARESMA - É PRECISO IR AO DESERTO
Você obviamente sabe que para tudo na vida exige preparação. Para realizar um trabalho, exercer uma profissão, cumprir uma tarefa, etc, é preciso aprender e preparar-se para as dificuldades que normalmente aparecem e para as quais as pessoas sempre esperam de nós a solução ou uma resposta satisfatória.

No esporte, os jogadores fazem pré-temporada, para ter fôlego para as competições do ano todo. Os estudantes leem e releem seus livros para as provas. Os profissionais de todas as áreas sempre reservam um tempo para atualização e aperfeiçoamento.

Mas e na vida? E na caminhada da espiritualidade?

Também precisamos dessa preparação. Precisamos seguir o exemplo de Jesus, sair da multidão e ir ao deserto e realizar exercícios espirituais que nos fortaleçam. Também o deserto é o local propício para o encontro com Deus e também para o enfrentamento do inimigo. No deserto, deixamos o mundo de lado, submetemos a carne à servidão, encontramos a Deus e d’Ele recebemos força para enfrentar o maligno, que sempre espreita a ocasião favorável para tentar fazer cair os servos do Deus Altíssimo.

A Quaresma é o tempo propício para a prática desses exercícios, para a esmola, para as santas leituras, para o jejum, para a busca de Deus e também para a compreensão de tudo aquilo que Deus pretende realizar através de nós.

Quaresma quer dizer quadragésima ou o período de quarenta dias, lembrando que o número quarenta é muito significativo na Bíblia. O dilúvio consistiu em quarenta dias e quarenta noites de chuva torrencial (Gênesis 7,4). Em Sodoma não havia quarenta justos (Gênesis 18, 29). Os israelitas comeram o maná durante quarenta anos (Êxodo 16, 35). Moisés ficou quarenta dias e quarenta noites na montanha ( Êxodo 24, 18). “Moisés ficou junto do Senhor quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão nem beber água. E o Senhor escreveu nas tábuas o texto da aliança, as dez palavras.” (Êxodo 34, 28). “Eis já quarenta anos que o Senhor teu Deus está contigo, e nada te faltou.” (Deuteronômio 2, 7). “Lembra-te de todo o caminho por onde o Senhor te conduziu durante esses quarenta anos no deserto, para humilhar-te e provar-te, e para conhecer os sentimentos de teu coração, e saber se observarias ou não os seus mandamentos.” (Deuteronômio 8, 2) (Jejum de Moisés). “Passados quarenta dias e quarenta noites, o Senhor entregou-me as duas tábuas de pedra, as tábuas da aliança.” (Deuteronômio 9, 11). “Como da primeira vez, fiquei sobre o monte quarenta dias e quarenta noites, e ainda dessa vez o Senhor ouviu-me, e renunciou a destruir-te.” (Deuteronômio 10, 10). “Eu vos conduzi durante quarenta anos pelo deserto, sem que vossas vestes se gastassem sobre vós, nem os sapatos de vossos pés.” (Deuteronômio 29, 5). “Davi tinha trinta anos quando começou a reinar, e seu reinado durou quarenta anos” (II Samuel 5, 4). “Salomão reinou sobre todo o Israel durante quarenta anos, em Jerusalém”. (I Reis 11, 42). Elias levantou-se, comeu e bebeu e, com o vigor daquela comida, andou quarenta dias e quarenta noites, até Horeb, a montanha de Deus (I Reis 19, 8). “O reinado de Salomão sobre todo o Israel durou quarenta anos, em Jerusalém.” (II Crônicas 9, 30).

Essas são apenas algumas citações em que o número quarenta aparece com forte conteúdo simbólico.

Mas lembremos – como já referi antes - que a quaresma também nos remete ao deserto, onde Jesus viveu esse período maravilhosamente frutífero após o batismo recebido de João. O deserto nos lembra da carência, da falta das coisas, da necessidade que temos do auxílio de Deus e dos anjos, dos animais ferozes (dificuldades e oposição maligna). O deserto lembra a fome, a sede (coisas que precisamos saber renunciar pelo bem da família) e as tentações que sofremos todos os dias.

Portanto, precisamos imitar Jesus e também ir ao deserto para os exercícios próprios da quaresma. Aliás, este período quaresmal deve ser dedicado aos exercícios próprios da espiritualidade, à ascese (exercícios e esforços para a purificação gradual da alma e do corpo), à conversão, ao aprofundamento e principalmente à meditação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Precisamos de um exame de consciência que nos permita identificar vícios e falhas no nosso procedimento. Precisamos confessar nossas culpas e nos encher de novo ânimo. Precisamos da cor roxa, que simboliza a penitência (os padres usam estolas da cor roxa justamente com este significado), mas precisamos também ser assíduos à Igreja, participando das celebrações e cumprindo aquilo que a Igreja nos pede.

Com efeito, para melhor compreender este período e como devemos vivê-lo, vamos estabelecer três palavras-chave: ORAÇÃO, PENITÊNCIA e CARIDADE. Portanto, nesta quaresma, exercitemo-nos na ORAÇÃO, na PENITÊNCIA e na CARIDADE, para que durante todo o ano nós possamos ser mais do que vencedores.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado.

Bendita seja a Santa e Imaculada Conceição da Virgem Maria sem pecado concebida.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Por que Enfrentamos Problemas?


Por que Enfrentamos Problemas?

Todos nós já passamos por situações problemáticas, adversidades, "incomodações". Ninguém escapa. Mais cedo ou mais tarde os problemas vêm, e provocam estragos na nossa vida.
Basta olhar uma pessoa querida que, de repente, mudou de ânimo; uma pessoa que dava mostras de ser feliz e agora anda triste a atribulada. Não demora muito para que alguém comece a especular a causa de tal mudança, sugerindo este ou aquele motivo, este ou aquele problema.
E isso, de fato, é muito comum, porque os problemas são cíclicos, ou seja, vêm de tempos em tempos.
Algumas pessoas enfrentam uma "incomodação" a cada três meses, outras a cada 6 meses, outras uma vez por ano. Há também pessoas que são obrigadas a conviver com os problemas diariamente, como é o caso dos problemas de família e os problemas conjugais.
O certo é que, de tempos em tempos, a tribulação vem, com maior ou menor intensidade.
Quando isso ocorre, ficamos sem saber o que deve ser feito. Acabamos correndo de um lado para outro, só encontrando alívio aos pés da cruz. A esse respeito, veja essa impressionante frase do livro Imitação de Cristo:

"Porque Deus está pronto para socorrer os que pelejam e esperam em sua graça, proporcionando-nos ocasiões de combate para que alcancemos a vitória." (Imitação de Cristo – Livro I – Capítulo XI)
Portanto, quando o problema bate, e é certo que, mais dia menos dia, ele vem, ao invés do desespero a esperança em Deus. Aproximemo-nos de Deus nos momentos difíceis. Quanto maior o problema, mais próximo de Deus você deve estar. Apegar-se a Deus, essa é a principal recomendação. Após, é preciso reagir, aceitar e buscar a vitória, sempre postulando (pedindo) a graça de Deus. Quando o problema é superado, não se esqueça de dar graças!
Mais uma vez, peço que medite em um trecho da extraordinária obra "Imitação de Cristo".

"Não imagines que tudo está perdido quando te acontece alguma coisa contrária. Não deves julgar do teu estado pela inquietação presente em que te achas, nem entregar-te à aflição, seja qual for a causa dela, nem perder alento como se não houvesse esperança ou remédio. 4. Não te julgues inteiramente desamparado do meu socorro, ainda que te envie de tempos a tempos alguma tribulação, ou te prive da consolação desejada; porque este é o caminho por onde se vai ao Reino dos Céus. E sem dúvida te convém mais a ti, e aos demais servos meus, serdes exercitados nas adversidades do que suceder-vos tudo segundo vossos desejos. Eu conheço o segredo do teu coração e sei que convém muito à tua salvação que algumas vezes te deixe desconsolado; para que não te ensoberbeças nos sucessos prósperos e queiras comprazer-te em ti mesmo, como se fosses o que não és..." (Imitação de Cristo, Livro III, Capítulos 3 e 4)

Por último, faço referência à passagem do Evangelho que abaixo transcrevo:

"Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como o homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, os ventos sopraram com força contra a casa, mas a casa não caiu, porque fora construída sobre a rocha." (Mateus, 7,24-25)
Você percebeu? Jesus está avisando que virão problemas (chuva, enxurrada e ventos fortes), porém quem ouve sua palavra e a põe em prática permanece de pé.

Portanto, quando enfrentamos problemas, vamos ter paciência e nos apegarmos ainda mais a Deus, através de uma oração mais intensa, com participação frequente na missa (com confissão e comunhão) e participação no grupo de oração, onde se preparam as pessoas para o combate e onde são curadas as feridas dos combatentes.

Um forte abraço a todos. A Paz de Jesus!!!! E o Amor de Maria!!!!!
Divino Coração de Jesus providenciai....
Mãe da Divina Graça, rogai por nós...
São Padre Pio, rogai por nós...
São Francisco e Santo Antônio, rogai por nós....

Diácono Marcos Suzin,

sábado, 31 de julho de 2021

O "Homem Velho" e o "Homem Novo" [Carta de São Paulos aos Efésios. O Arrependimento de Davi]


Muitas vezes nos engajamos nas obras evangelizadoras, e queremos arrastar o mundo ao que nós concebemos como “A Vontade de Deus” ou o próprio Deus. Consideramos a necessidade de converter mais e mais pessoas, inclusive empreendendo esforços nesse sentido. Nos colocamos no pedestal como se disséssemos “Sejam como eu!”, porque eu sou “bonzinho” ou eu “sou santo”, ou tenho dons espirituais, eu imponho a mão e tudo acontece, etc.

Não demora muito, começamos a suscitar bons exemplos no meio do povo, e logo vamos implantando uma forma de comportamento a ser seguida, contagiando tudo com nossas pregações.

Entretanto, logo as coisas começam a sair do controle, ficam fora do eixo, e nós ficamos transtornados. Começamos a procurar culpados, deixando à mostra um acervo inumerável de defeitos e pecados.

São Paulo, certa feita, fez referência aos conflitos do “homem novo”, que é renovado em Cristo, e o “homem velho”, que é mundano e sujeito às paixões e vícios (Efésios). O notável santo aconselhou a fazer morrer este “homem velho”, crucificando-o com Cristo, a fim de que não pudesse mais ter qualquer ingerência no comportamento cristão, que deve ser pautado pelo “homem novo”, convertido, santificado e renovado em Cristo Jesus.

Na prática o que ocorre é que temos em nosso interior um combate contínuo entre o “homem novo” e o “homem velho”, sendo que não raras vezes este último passa a predominar, porém com o aspecto exterior do “homem novo”.

O que temos, então?

Um “homem velho”, porém com aparência exterior de “homem novo”. Ou, ainda, na linguagem mais comum, um “santo do pau oco.”

Assim, por descuido nosso, o “homem velho” passa a predominar, ostentando uma imagem exterior de um bom religioso, mas que na vida oculta cultiva pecados e malícias, além de acalentar desejos escusos e imorais.

Dessa forma, nos apresentamos socialmente como bons, mas pecamos na clandestinidade, com comportamentos pecaminosos subjacentes (que jazem por baixo, ou que ficam escondidos).

Este é sempre um grande risco. Pois vamos ser demascarados mais cedo ou mais tarde. Deus não conceberá e não admitirá nossa vida dupla, marcada por mentiras.

E isso tudo ocorrerá da forma mais inesperada possível, pois Deus despertará seus servos desse sono de morte através de algo que nunca se havia imaginado.

Jesus quis despertar Pedro do orgulho e da autossuficiência, e permitiu a negação. Após isso, arrependido e restaurado, Pedro tornou-se definitivamente a Rocha sobra a qual é assentada até hoje a Igreja de Deus. Assim, Pedro fez morrer o “homem velho” e renasceu verdadeiramente novo, muito mais forte. Após passar pelo caminho das lágrimas amargas e da humilhação, Pedro se constituiu imagem viva de Cristo a ponto de realizar milagres semelhantes, pois no querido Líder dos Apóstolos não mais havia resquícios ou sobras do “homem velho”.

Entre todos os santos, não houve quem não experimentasse a queda, alguns, inclusive, muitas quedas. Jesus sempre permitiu essas ocasiões, para despertar seus escolhidos dos vícios e pecados, de modo a amoldá-los à imagem e semelhança do Criador, bem como para mantê-los atentos, pois o “homem velho” é como uma sujeira que vai encardindo, começa aos poucos e, quando se percebe, já tomou conta de tudo.

Nisso tudo está a Misericórida de Deus, que administra seus escolhidos, e molda-os pela forma do próprio Cristo, fazendo com que seus eleitos tenham um caminho de lutas e provações, como o próprio Cristo teve.

Todavia, é preciso saber como reagir no momento em que encontramos em nós o “homem velho” predominando. Quando somos despertos por Mão Providencial desse sono de pedra, e descobrimos que somos pura miséria, e que não poderíamos realizar os ministérios que realizamos, pois somos indignos de tal ofício.
Em primeiro lugar, convém seguir o exemplo dos santos e dos grandes homens de Deus.

O Que fez Davi, quando foi desmarcarado pelo Profeta Natã? Davi se arrependeu amargamente, e pediu perdão a Deus.

Vamos ler o Salmo 32, 3 a 6:

3. Enquanto me calei, os meus ossos consumiam-se, rugindo durante todo o dia, 4. porque dia e noite a tua mão pesava sobre mim. O meu coração tornou-se como feixe de palha em pleno calor de Verão. 5. Confessei-Te o meu pecado, não Te encobri o meu delito. Eu disse: «Vou ter com Javé e confessar a minha culpa!» E Tu absolveste o meu delito, perdoaste o meu pecado. 6. Por isso, que todo o fiel Te suplique no tempo da angústia: se as águas caudalosas transbordarem, jamais te atingirão.

Você percebe? Davi arrependeu-se gravemente de provocar a morte de Urias para tomar-lhe a esposa. Depois de ser perdoado, Davi não mais reincidiu no erro, tornando-se mais forte a ponto de ser o principal rei do povo de Israel.




A história dos santos não é diferente. Muitos deles também foram “desmascarados”, para que fizessem morrer definitivamente o “homem velho”, para, assim, revestidos do Espírito de Cristo e assumindo as responsabilidades do “homem novo”, se santificassem e dessem seu exemplo de amor e misericórdia.

Merece destaque esta lição do estimadíssimo Padre Pio:

"Se Deus permite alguma fraqueza em nós, não é porque nos abandona, mas é para fazer-nos crescer na humildade e estar mais atentos no futuro."

Por último, informo que é muito triste quando a gente descobre que deixou o “homem velho” crescer a ponto de fazer o “homem novo” parecer inexistente, é muito triste ser “desmascarado”. Mas é muito bom ser perdoado e, emendando-se definitivamente, seguir forte e decididamente o caminho de Deus, sendo como colunas luminosas a servir de guia e apoio para outras pessoas, tendo sempre coragem e ânimo, pois Jesus venceu o mundo por nós.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Bendita seja a inconcebível Misericórdia do Senhora.

Bendita seja sua Santíssima Mãe, a Virgem Maria.

Bendito seja o glorioso patriaca São José.

sábado, 3 de abril de 2021

JÁ RESSUSCITOU, ALELUIA, CRISTO JESUS SEMPRE VIVO ENTRE NÓS!





Prezados amigos. Ele vive. É tudo o que nos interessa. Jesus vitorioso sobre tudo, sobre o Mundo, sobre o pecado, a doença e a morte.

Portanto, adoremos o Senhor e lovalmos o seu Santo Nome, pois mesmo sendo da condição divina, unissubstancial ao Pai, fez-se servo e humano como nós, para resgatar a nossa estirpe, nossa espécie, que já estava perdida, pagando um altíssimo preço por cada um de nós. 


Glórias e louvores se dêem a todo momento, ao Santíssimo e Digníssimo Sacramento.

Um forte abraço a todos e FELIZ PÁSCOA.

sábado, 26 de setembro de 2020

O Pequeno Caminho, A Pequena Via ou Infância Espiritual [Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, Caminho Simples, Totalmente Pequeno, Amor Atrai Amor, o que conta é somente o amor],




 
Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face

O PEQUENO CAMINHO - A PEQUENA VIA
(Infância Espiritual)
Santa Teresinha do Menino Jesus queria ser uma grande santa, mas, ao mesmo tempo em que era impelida por tão audacioso desejo, sentia-se como que esmagada pela própria pequenez, sentia-se débil e incapaz de seguir o caminho dos santos que tinha como modelo, especialmente sua madrinha espiritual Santa Tereza de Ávila (http://pt.wikipedia.org/wiki/Teresa_de_%C3%81vila.)


Bastava uma rápida leitura sobre os grandes santos, os profetas, os mártires, para saber que a santidade exigia algo grandioso, que somente poderia ser realizado por almas de equivalente dimensão e grandeza. Segundo a lógica, grandes almas poderiam se tornar grandes santos. Isso obviamente também deixava transparecer que almas pequenas não poderiam chegar à santidade, limitando-se a realizar tarefas simples e inexpressivas aos olhos do mundo.

SantaTeresinha ainda criança

Mas a então adolescente Teresa queria – e muito! – ser santa, uma santa que viesse em socorro de uma multidão de pessoas esquecidas de qualquer auxílio.

Segundo consta, ainda na adolescência, antes mesmo dos 15 anos, Teresa já obteve a graça da conversão do criminoso Pranzini – condenado à forca por pelo menos três homicídios -. Mas também não se pode deixar de mencionar que Teresa foi uma menina mimada ao extremo, que suscitou muitas preocupações à família.

Santa Teresinha aos 15 anos

Teresa também foi favorecida por muitas graças, especialmente em relação à Santíssima Virgem Maria, cujo sorriso viu certa vez em circunstância por demais maravilhosa.

Mas apesar do imenso amor que tinha por Deus, sentia-se fraca e débil, incapaz de trilhar o caminho dos grandes santos, especialmente de sua heroína Joana D’Arc.

Teresa representando sua heroína Joana D'Arc em peça teatral.

Depois de grande luta, muitas lágrimas, sofrimentos, conseguiu finalmente entrar para o Carmelo.

Reclusa, Teresa buscava uma forma de alcançar a santidade por um caminho diferente, acessível a todos, o “Pequeno Caminho”.

Santa Teresinha no Carmelo

Em certa oportunidade, Teresa fez a maior descoberta de sua vida.

Em meio a muitas lutas e sofrimentos, Teresa esforçava-se para proporcionar alegrias a Deus, e assim prosseguir no caminho para a santidade. Mas quando comparava a própria vida à dos santos (citou Paulo, Francisco, Agostinho, Teresa de Ávila, João da Cruz, Joana D’Arc), sabia que não poderia trilhar os caminhos de tão extraordinárias pessoas, pois isso significava mortificações severas, ir para o deserto, viver como eremita, escrever livros científicos, martírio etc. Teresa, ao comparar-se com os santos, percebia que havia entre si e eles uma distância comparável a uma montanha – “cujo cume se erguia até as nuvens” - e um grão de areia – “que não era levado em consideração pelos homens”. Resumindo, Teresa sabia que não tinha talento para realizar grandes obras.



Ciente da própria incapacidade, Teresa buscava um caminho que pudesse “ser trilhado por todos”, um caminho “relativamente curto, totalmente simples, novo e pequeno, para chegar ao amor perfeito. (...) um caminho para todos.”

Lembrando-se dos elevadores que viu em Roma, uma das tantas tecnologias criadas no final do século XIX, Teresa buscava uma forma de elevar-se, ou seja, de “chegar ao topo da santidade.”



Teresa literalmente mergulhou na Sagrada Escritura, acabando por encontrar, no Livro dos Provérbios, a seguinte passagem:


“Os ingênuos venham até aqui!” [se alguém é totalmente pequeno, então venha até mim](Livro dos Provérbios 9,4).

Teresa entendeu perfeitamente. Este totalmente pequeno” [toot petit] era ela mesma, e perguntou-se:

“O que faz Deus com o totalmente pequeno?” 

A resposta encontrou em Isaias:

“Como uma mãe ama o seu filho, assim quero vos consolar, vos carregar no meu peito e embalar nos meus joelhos.”


Teresa finalmente achou o seu “elevador”, ou seja, os braços de Jesus que a iriam levar ao topo da santidade. Ela concluiu, então, que:

“Só precisava correr ao encontro de Jesus com AMOR e CONFIANÇA, como uma criança, que corre para casa ao encontro do pai, quando ele volta do trabalho.”

Diante da descoberta, Teresa exultou:

“Meu Deus, como é grande teu amor e tua misericórdia, tu ultrapassaste minhas expectativas, e quero cantar as tuas compaixões eternamente.”

Lembrando São João da Cruz, Teresa concluiu:

“... ‘O AMOR SÓ É RECOMPENSADO POR AMOR’,... não por esforço. AMOR ATRAI AMOR!”
Teresa então resolveu chamar este caminho de “PEQUENO CAMINHO” ou também “CAMINHO SIMPLES”, não por ser inferior ou insignificante, mas porque ele não exigia nenhuma sabedoria ou talento espacial, a não ser AMAR A DEUS E A TODOS OS SERES HUMANOS. Era um caminho acessível aos SAUDÁVEIS e aos DOENTES, às CRIANÇAS e aos ADULTOS, aos CONTENTES, FELIZES ou mesmo aos TRISTES, e também àqueles que são OPRIMIDOS POR MIL PREOCUPAÇÕES E NÃO PODEM CORRER AO ENCONTRO DE DEUS EM PASSOS GIGANTESCOS. Teresa, porém, advertiu que o PEQUENO CAMINHO não pode ser considerado um desvio esperto para pessoas que querem poupar sacrifícios e chegar ao Céu de maneira cômoda.

Somente uma coisa se faz absolutamente necessária:

“UM AMOR GRANDE, FORTE e FIEL, com o qual se cumpra os deveres cotidianos, (...) tanto faz aonde a gente for colocado: se na escola ou no lugar do trabalho, se no fogão ou num estábulo, se a gente serve a doentes ou nós estamos doentes [em cima de uma cama] (...) Deus não olha a grandeza do nosso ato, mas somente para o amor, com o qual realizamos. Por isso escolhi como lema da minha vida: O QUE CONTA É SOMENTE O AMOR!”


Abaixo você pode assistir ao filme sobre Santa Teresinha.


·         * Transcrições baseadas no livro: Santa Terezinha, Aventura do Amor, de Monika-Maria Stöcker. Musa Editora. 


Para saber mais sobre Santa Teresinha do Menino Jesus:


Oração do Abandono - Frei Reginald Marie Garrigou-Lagrange

Em vossas mãos, ó meu Deus, eu me entrego. Virai e revirai esta argila, como a vasilha que se modela nas mãos do oleiro. Dai-lhe forma; e em...