sábado, 19 de janeiro de 2013

Eu Sacerdote [Por Padre Evaldo Petry. Reflexão sobre o sacerdócio e a missão do sacerdote]


EU SACERDOTE
É Quinta-Feira Santa, dia 05 de abril de 2012.
Às 19h30min celebrei a Missa da Última Ceia, com meu povo, numa comunidade de Bairro (Imperial). A Capela é dedicada a Nossa Senhora do Caravaggio.
Aos domingos, a igreja lota. Em dia de semana e à noite a frequência diminui por causas diversas.
Nessa noite, a motivação – é claro – destacou o amor fraterno, o Lava-Pés e a Eucaristia na celebração toda.
Para mim, era de suma importância aprofundar o mistério do meu sacerdócio. Refletindo e rezando, me veio à mente aquela pequena história que eu inventei e que abre minha reflexão a seguir.
Não coloco fatos cronológicos do meu dia-a-dia.
A minha reflexão não conta o que EU fiz. Mas procurei destacar, através de uma narrativa imaginária, o que ELE FEZ POR MIM.
Eu mesmo fiquei surpreso com o que esta reflexão me revelou. Ela me incendiou.
Pensei em colocar à disposição de quem, de repente, procura um sentido mais amoroso para o seu sacerdócio.
Para nós sacerdotes, é muito duro sentir na vida real o quando somos banalizados, o que pode nos levar ao esmorecimento.
Convido todos os queridos colegas no Sacerdócio, a nos retirarmos um pouco, com Jesus, para um lugar retirado...
Um abraço fraterno e afetuoso do vosso irmão, Padre Evaldo Petry.

Padre Evaldo Petry celebrando Missa no Santuário Nossa Senhora da Oliveira

EU, SACERDOTE (Introdução)
Naquela Quinta-Feira Santa, dia 05 de abril de 2012, como de costume, fui refletindo sobre o “EU SACERDOTE” e os acontecimentos da minha vida, desde o dia em que decidi entrar no Seminário até eu sair dele, feito Padre, e mais os 48 anos de vida sacerdotal vividos até hoje.
Tive altos e baixos, vitórias e derrotas, o entusiasmo se alternando com cruel desânimo, vontade de ir embora e vontade de ficar...
Tive apoio de sacerdotes e de colegas, mas também tive muitas broncas com superiores e rixas com colegas, principalmente quando havia jogo de futebol e eu perdia, e então eu partia furioso para cima do juiz, culpando-o pela derrota, quando, na verdade, o culpado era eu mesmo: eu não sabia perder...
Eu sempre preferia os piqueniques ou jogos de futebol, em vez de ficar na Capela rezando. Lembro-me da comida, às vezes intragável, mas comia por sacrifício, para ver se eu ficava um pouco mais santo.
Lembro-me da competição entre nós colegas, onde cada um procurava ser mais santo que os outros (esta competição eu sempre perdia, na avaliação dos outros, porque eu andava por toda parte, como um foguete, e sem jeito de andar com a cabeça torta e soltar profundos gemidos e suspiros de amor!...).
Quantos padres e colegas me olhavam com miopia, me denunciavam aos superiores, dizendo que eu não ia ficar padre por que...
Eles, porém, não sabiam que, dentro de meu coração, eu carregava um segredo muito grande: uma filial e tenra devoção à Mãe de Deus, Maria Santíssima, herança preciosa recebida de minha saudosa mãe, e carinhosamente cultivada e alimentada em mim, pelo meu guia, o Padre Francisco Innerhofer, S.V.D., filho de extrema devoção a Nossa Senhora.
Mais tarde, ordenado Padre, cheio de sonhos, sai para minha missão. Em apenas dois meses de sacerdócio, meus sonhos desabaram em pesadelos. O apoio e a amizade que eu esperava ter por parte daqueles que me deviam incentivar minha inexperiência, eu não tive. Só recebia duras críticas em tudo o que fazia. Quantas lágrimas eu chorei!... Ter que ouvir de um colega estas palavras: “Mas você está maluco!”, como repreensão. Eu quebrei por dentro, exclamando: “Meu Deus! Aonde eu fui me meter!”...
Mas, naquela Quinta-Feira Santa, enquanto, como sacerdote, eu celebrava a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, eu deixei de lado toda esta história pessoal, dos tempos de Seminário e os anos da vida de padre e revolvi olhar o meu Cristo bem nos seus olhos, e falei-lhe ao seu coração:
“Meu Cristo, agora, vamos colocar as coisas em seu devido lugar. A minha história, hoje, vai ser diferente. Hoje, eu quero contemplar, não o que eu fiz, mas sim, O QUE VOCÊ FEZ POR MIM, para eu ser hoje o
PADRE EVALDO
E aí vai, então, a reflexão que eu fiz naquela Quinta-Feira Santa, no dia da Instituição da Santíssima Eucaristia e do Sacerdócio.
Recomendação importante:
Reza em silêncio, por um instante,
Antes de começares a ler.
Talvez a tua história também tenha alguma coisas a ver com esta minha história que eu ponho, hoje, nas tuas mãos.
EU SACERDOTE
Frequentemente estamos vendo milhares de pessoas lotando uma praça e um estádio, porque vai acontecer a apresentação de um famoso personagem, vindo de fora, ou vai acontecer o SHOW de um grupo musical que traz um cantor idolatrado e de fama mundial.
Ninguém quer perder o SHOW; todo mundo quer ficar o mais próximo possível do ídolo e aparecer na foto com ele.
Imagine se no meio do SHOW, o personagem principal descesse à plateia e, dentre os milhares de presentes, fosse garimpar ao acaso, uma única pessoa pobre e de aparência simples, anônima, e a convidasse a subir no palco com ele, conduzindo-a pela mão.
Finalmente, ele faria um número especial, em pareceria como assistente privilegiado, para depois lhe dar um abraço, liberá-lo de volta ao seu lugar. Seria um momento a ser relembrado pelo resto da vida.
- Pois é! Eu, hoje, sou Padre.
Que história a minha mais parecida com aquela história que eu inventei acima, e coloquei como início da minha reflexão, na qual eu tive uma conversa com Jesus, bem lá dentro do meu coração. Acho que aconteceu mais ou menos assim:
Há cerca de 2000 anos, Jesus Cristo instituiu a sua Igreja, a qual formaria o seu público até o fim dos tempos, nas suas apresentações, que poderiam ser chamadas de SHOW DO AMOR”.
O valor do ingresso era único, para todos: trazer um coração limpo e puro.
No primeiro SHOW que Ele apresentou, o público era pequeno, apenas 12 pessoas. Foi o princípio da sua carreira, e Ele ainda era muito desacreditado.
Quando comecei a frequentar os SHOWS de Jesus Cristo, com minha mãe e meus irmãos, quase 2000 anos mais tarde, o seu público já contava com quase um bilhão de fãs (Nem sei se era mesmo este número. Eu não contei!).
Um dia destes, eu, de novo, estava no SHOW de Jesus Cristo, com minha mãe e com meu irmão. Havia mais de um milhão de pessoas presentes, porque esse SHOW ia ser um SHOW especial, de grande repercussão, não só na terra, mas até mesmo no Céu, e seria lembrado e comentado até o fim dos tempos.
Veio gente de todo tipo: gente séria, curiosos, incrédulos e, como sempre acontece numa ocasião dessas, não faltaram desordeiros que só vão perturbar.
Quando Jesus se apresentou ao público, Ele nos saudou dizendo assim: Meus filhinhos...”, e falou um pouco sobre o amor. E eu, bem atento.
Daí foi assim:
Ele pegou um pedaço de pão que havia sobrado da merenda de um menino, que estava ali perto dele. Rezou um pouco e apresentou o pedaço de pão ao povo e falou:
“- Gente, um dia, eu falei prá (para) vocês, num outro SHOW que eu fiz, que eu era capaz de dar minha carne e meu sangue, como alimento para toda a humanidade, para que todos tivessem vida eterna. E, agora, eu vou cumprir esta promessa.
E concluiu:
“- Vocês estão vendo este pedaço de pão? Pois é. Não é mais pão, porque ISTO É O MEU CORPO, que eu vou oferecer em sacrifício, para que todo mundo fique livre do pecado, e possa ter a certeza de que vai para o Céu.
Nossa!... O que teve de gente que vaiou, assobiou, levantou e foi embora, resmungando!... “Tá louco!”, diziam. “Eu é que não acredito n’Ele!”.
Olhei para Jesus, de pé, lá no palco, sem silêncio. Coitado!...
Mas Ele estava bem sereno e, sem se perturbar, pegou o microfone e falou para todo mundo ouvir:
“- Já saíram todos os que vaiaram?... E vocês ficaram, há mais alguém que não acredita em mim, que duvida, e que quer ir embora?
Eu fiquei bem quietinho, lá no meu lugar. Eu já gostava muito de Jesus, pelas histórias que a minha mãe me contava, lá em casa. E quando Ele falou isso, de oferecer o seu Corpo em sacrifício para nos libertar dos pecados, fiquei aliviado, porque eu também tinha lá minhas travessuras. Eu tinha certeza absoluta de que Jesus tinha falado a verdade, porque, só Ele é o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA, e tem amor infinito.
Quando finalmente voltou a calma e o silêncio, no Estádio, Jesus retomou o seu SHOW, para realizar o ato seguinte:
Ele pegou uma taça com vinho dentro, e que lhe haviam oferecido como presente (É que personagens ilustres sempre ganham muitos presentes).
Daí ele disse:
Agora, olhem aqui  esta taça com vinho dentro. Este vinho, agora, É O MEU SANGUE, que eu vou derramar por vocês e por todo (o) mundo, para o perdão dos pecados de todos.”
Como era Jesus mesmo que falou isto, todos nós acreditamos. Afinal, Jesus é Deus. Ele pode realizar coisas que, para nós, são impossíveis de fazer e de entender (Eu é que não ia duvidar!).
Eu me distraí um pouco, porque estava conversando sobre isso, com o meu irmão, sentando ao meu lado. Foi quando minha mãe me cutucou meio assustada e me falou:
“- Evaldo, olha Jesus que está vindo aqui para o nosso lado! Parece que Ele está à procura de alguém, pelo jeito que vai olhando para as pessoas.”
Fui olhar para Ele, e gelei! Ele já estava parado bem na minha frente. Sorriu para minha mãe; depois, olhou-me bem nos meus olhos, aproximou-se de mim, me tomou pela mão e, com ternura, disse:
Evaldo, vou precisar um pouco de você. Eu podia ter escolhido qualquer outro, dentre estes milhares que lotam este estádio. Mas a minha preferência e a minha predileção recaíram sobre você. Você quer vir comigo até ali no palco! Preciso de você, para completar o meu SHOW.”
“Eu, Jesus? Logo eu do meio destes milhares de pessoas?”
Sim, Eu te escolhi. É tu[i] que eu quero! Porque, desde toda a eternidade eu te amei, e o meu olhar repousa sobre ti, desde os tempos antigos. Antes de seres concebido no ventre de tua mãe, eu te escolhi.”
Jesus, tu me olhaste nos meus olhos, com um sorriso cheio de doçura infinita. Quem é que pode resistir? Tu me chamaste! Eu vou! E Jesus encheu-me de coragem e de confiança, quando falou assim:
Filho, confia em mim. Você não vai fazer nada sozinho. Tudo, nós vamos fazer nós dois juntos. Além disso, o Espírito Santo vai ficar sempre ao seu[ii] lado, para o[iii] ajudar. Ele vai[iv] sugerir o que é que eu quero que você faça.
Alcancei um “tchau” para[v] minha mãe e para o[vi] meu irmão. E lá fui eu, com Jesus, meio surpreso e meio preocupado... Eu não estava entendo nada! Fiquei ruminando comigo mesmo:
“O que será que Jesus está querendo de mim? Ai! Eu estou com medo de fazer feio! O que esta gente vai dizer? O que vão pensar de mim, os meus amigos e os meus conhecidos, ao me verem, ali no palco, ao lado de Jesus?”
A minha roupa é de pobre, e eu de chinelo...  Eu não tenho mais o pai, que eu perdi quando eu tinha apenas um ano de idade, e eu era conhecido como filho daquela viúva pobre, que é lavadeira.
“Não! Eu não mereço este privilégio!... Eu não sou melhor que ninguém!...”
Quando ele me falava. Ele tinha eternidade na voz. Seu olhar cheio de ternura, aquela mão de Jesus que apertou a minha mão e me puxou para junto do seu Coração, eram mais do que palavras!...
Eu não pensava duas vezes. Fui com ele!
Subi no palco com Jesus, sentindo uma felicidade interior, que não tem palavras para exprimir.
Jesus pegou o microfone na mão e, de pé, me puxou para bem juntinho dele, de modo que eu até pude perceber a sua respiração, e sentir as palpitações do seu coração.
Eu senti um calafrio percorrer todo o meu corpo. O seu coração parecia ter-me transportado ao Paraíso Celeste.
Gente! Vocês não imaginam!... Era o Céu!
Então Jesus dirigiu-se novamente à multidão e falou:
Meus amigos, em primeiro lugar, eu quero que vocês olhem bem para o EVALDO, que está aqui, do meu lado. Não foi ele que tomou a iniciativa de vir comigo, aqui no palco. Fui eu mesmo que fui buscá-lo no meio da multidão. Eu preciso de alguém que me ajude. Escolhi o EVALDO.”
Vocês todos viram o que eu fiz, há pouco, e mostrei para vocês. Vocês viram como eu transformei um pedaço de pão no meu Corpo, e como eu mudei aquela taça de vinho, no meu Sangue. Lembram que alguns até duvidaram e foram embora.”
Agora, vocês vão saber por que eu fiz isto. Vou explicar para vocês. Lembram quando vocês, uma dia, estavam comigo, no deserto, sem comer o dia todo? Vocês sentiram tanta fome, que alguns chegaram a desmaiar. Eu fiz um milagre, multiplicando os pedaços de pão que um menino me ofereceu. Era a sobra da merenda deste menino que ali estava perto de mim.
Mas vocês não têm só a vida do corpo que vocês têm que manter forte. Dentro de vocês, vocês trazem ainda uma outra vida, que deve durar por toda a eternidade. Vamos dizer assim: ‘A Vida Eterna’. Se é vida, ela tem que ser alimentada. Mas, como alimentar esta Vida Eterna? E o pão que alimenta e fortalece o corpo, ente não serve.”
Escutem bem, então, o que que eu vou dizer:
EM VERDADE EU VOS DIGO: EU SOU O PÃO DA VIDA. E o Pão que eu vos dou é a minha carne e o meu sangue. Quem dele comer terá a Vida Eterna.”
E, para que vocês possam comer a minha carne e beber o meu sangue, mesmo depois que eu tiver ido embora, eu tive que apelar para o pão e para o vinho, transformando-os em meu Corpo e em meu Sangue, como alimento para todos, em todos os tempos, para a Vida Eterna.”
Estamos entendidos até aqui? E vocês acreditam, então, no Pão da Vida?”
Em resposta muito comovente, em uníssono, a multidão presente aplaudindo, agitara lenços brancos e bandeirinhas com as cores de todos os países do mundo, e exclamavam:
SÓ TU TENS PALAVRAS DE VIDA ETERNA!
A QUEM IREMOS, SENHOR, SENÃO A TI?
E todos se ajoelharam em profunda adoração e entoaram o canto:
TÃO SUBLIME SACRAMENTO, ADOREMOS NESTE ALTAR.
Olhei para Jesus, que ainda continuava me apertando ao seu coração. O seu semblante divino irradiava uma luz divina, como reflexo de sua dimensão eterna de Filho de Deus.
Seu olhar sobre a multidão irradiava paz e serenidade.
Por alguns instantes, eu vivi a experiência do Céu, ao lado de Jesus.
Enfim, Ele baixou os olhos para mim, sorridente e silencioso.
Retribui o seu sorriso e murmurei:
MEU JESUS, SE TU SOUBESSES O QUANTO EU TE AMO!
COMO É BOM ESTÁ AQUI CONTIGO!
Jesus me respondeu baixinho no coração.
Meu filho querido, eu sei tudo. Também sei o quando tu me amas. AH, SE TU SOUBESSES O QUANTO TU ÉS AMADO POR MIM!”
Depois, Jesus voltou a dirigir-se para a multidão; falou com ternura:
Como eu amo vocês!... Filhinhos, logo vou me despedir de vocês. Eu sei que a separação é difícil e dolorosa, tanto para mim quanto para vocês. Mas, eu não vou abandonar vocês, como órfãos perdidos e famintos. Há pouco eu vos falei que, o único alimento que conserva a Vida Eterna, é o meu Corpo e o meu Sangue, como verdadeiro Pão que desceu do Céu, para dar vida ao mundo. Agora, vocês me perguntarão, certamente:”
Mas, se tu vais embora, como vamos alimentar-nos deste Pão?”
Em resposta, sem dizer palavras, Jesus inclinou-se para mim, me abraçou e deu-me um beijo, carregado de ternura. Ergueu-me bem alto, colocou-me em cima da estante que estava à sua frente, e me apresentou, e me apresentou à multidão:
Gente, olhem bem para este menino. Ele é desconhecido de vocês. O nome dele é EVALDO. Ele, certamente, não é melhor que ninguém. Mas eu já o havia escolhido para o meu projeto de redimir a humanidade, antes que ele fosse concebido no ventre de sua mãe. Eu o amei desde toda a eternidade. Quando eu fui ao seu encontro, há pouco, e o convidei para vir comigo, ele prontamente me seguiu, com a sua generosidade e amor.”
Daí, Jesus dirigiu-se a mim, para todo mundo escutar:
Evaldo, meu querido filho, eu te amei com amor eterno, desde os tempos antigos. Eu preparei teu coração para a missão que, hoje, eu quero confiar a você. Enquanto eu falava à multidão, te trazia apertado no meu peito, o meu Coração palpitava de amor por ti.
Agora escuta, meu filho, por que eu chamei a ti, escolhido entre milhões. De hoje em diante, você vai ter a tarefa de, em meu lugar, alimentar as multidões, repartindo-lhes a minha Carne e o meu Sangue, como o Pão da Vida, para que todos possam dele comer, mesmo depois que eu tiver ido embora e, todos, até o fim dos tempos, possam ter a Vida Eterna. Você vai fazer exatamente o que você me viu fazer, há pouco, aqui, diante da multidão. Eu agora vou te dar este poder: “
Você vai mudar o pão no meu Corpo e o vinho no meu Sangue. “
Tive de interromper as palavras de Jesus, porque minha inteligência já não estava entendo mais nada!... “Será que ouvi direito?...”
Perguntei a Jesus:
“Eu vou fazer o mesmo que tu fizeste? Não é possível!... Não vou conseguir!... Ninguém conseguirá. Só tu consegues, Jesus, porque és Deus. Mas, eu?!”
Daí Jesus me abraçou com mais ternura ainda, e disse:
Evaldo, meu filho, você sabe muito bem que, sem mim, nada você pode fazer.”
(E Jesus colocou suas mãos sobre a minha cabeça e continuou:)
“Por isso recebe, agora, o Espírito Santo e, com Ele, pela imposição de minhas mãos, RECEBE O PODER QUE EU TE DOU, POR TODA A ETERNIDADE, PARA MUDAR UM PEDAÇO DE PÃO EM MEU CORPO E UM POUCO DE VINHO EM MEU SANGUE”
Cada vez que você fizer isso, Evaldo, lembre-se de mim. Lembre-se sempre de quanto eu te amo! E de quanto eu amor a cada pessoa humana!”
Jesus segura ainda um pouco suas mãos sobre a minha cabeça. Eu me senti misteriosamente transformado, elevado à categoria dos anjos, revestido da missão de Maria, de gerar, todos os dias, o Filho de Deus aqui, na terra...
Eu tentava me entender a mim mesmo: entender o que aconteceu comigo.
Jesus me despertou da minha perplexidade: despediu a multidão e me pegou pela mão dizendo:
Agora, você é meu representante aqui na terra.
Você, doravante, É SACERDOTE PARA SEMPRE!
E, para os teus irmãos, para o teu povo, você é simplesmente
O PADRE EVALDO
Agora, vem comigo para um lugar retirado, onde você vai sempre me encontrar, para conversarmos sempre, só nós dois!”
E eu saí com Jesus, e Ele me mostrou o lugar: O SEU CORAÇÃO!






[i] Consta “você” no manuscrito original.
[ii] “teu” no original
[iii] “te” no original.
[iv] “vai-te” no original.
[v] “pra” no original.
[vi] “pro”

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