Todos sabemos que Deus é bom, que é Pai, e que abençoa aqueles que ouvem sua Palavra e a põe em prática na vida do dia-a-dia. Isso está gravado no nosso coração, no nosso universo inconsciente. Mas porque temos tantas carências, e, por que, muitas vezes, não conseguimos crer que Deus pode nos ajudar ou resolver nossos problemas?
São muitos os fatores que nos impedem de dar resposta satisfatória.
Entretanto, é preciso deixar bem claro que quem quer receber favores de Deus precisa, antes de tudo, tomar consciência de alguns detalhes que, pela sua importância, são muito mais do que detalhes.
A partir da nossa experiência ao longo de 7 anos em grupo de oração, podemos estabelecer algumas situações que impedem a pessoa de ter acesso à graça de Deus.
Note-se que nada, absolutamente nada, pode deter o poder e tudo o que provém da Bondade Divina, porém, há situações em que nós nos colocamos distante dEle, nos afastando também da graça e de todos os seus benefícios. Portanto, assumir a posição e permanecer em pecado grave é uma OPÇÃO nossa, opção esta que nos torna incompatíveis com a graça de Deus.
Abaixo seguem algumas das conclusões amadurecidas ao longo do tempo, no gratificante trabalho no grupo de oração.
I- Para obter graças de Deus é preciso não estar em situação de pecado grave.
É preciso que se diga que o pecado é uma realidade, uma triste realidade. Todos temos inclinação ao pecado, todos sofremos o duro assédio das tentações, o que, aliás, chega a ser normal. Entretanto, não se pode ter gosto pelo pecado. Se o pecado parece saboroso aos seus sentidos, é sinal de alerta, de perigo. É preciso renunciar a estas situações. Lembre-se que o Senhor disse “quem quiser salvar sua vida, vai perdê-la, mas que perde a vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mat. 16:25). Tal passagem significa que o cristão tem de saber abrir mão de tudo aquilo que se opõe à Vontade Divina, renunciar às situações de pecado, por amor a Deus e ao Reino dos Céus. O pecado grave é um grande bloqueador de graças, por isso, precisa ser evitado a todo custo.
Entretanto, caso você esteja nesta situação, se a sua consciência o acusa ou perturba, não deixa de recorrer ao insondável manancial da misericórdia de Deus, pois não há pecado, por maior e mais grave que seja, que seja maior que a INCONCEBÍVEL MISERICÓRDIA DE NOSSO SENHOR. Procure um padre, confesse os pecados, sem medo ou vergonha. Saiba que o próprio Cristo concedeu tal autoridade à Igreja, quando afirmou: “Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem não serão perdoados” (João 20: 22-23).
Cada pessoa deve ter seu padre confessor, assim como tem seu médico de confiança.
A maior parte dos médicos são bons, mas nem todos são da nossa confiança. O mesmo se pode dizer em relação aos padres, entre os quais temos de escolher um de nossa confiança, o nosso padre confessor.
Além disso, seja bem intencionado em tudo, em todas as ocasiões. Em hipótese alguma aja com falsidade ou recorrendo à fraude, à violência, à injustiça ou à desonestidade.
É melhor não ter nada, do que possuir muitas coisas provindas de fonte mal havida.
É melhor não ter palavras, do que usá-las como meio de ofensa ou maledicência às outras pessoas.
II- Converta-se:
É fundamental a intenção de converter-se; romper com o passado, e assumir novo estilo de vida. É importante dizer que todos nós precisamos de conversão. A conversão não acontece uma vez só na vida, é preciso ser melhor a cada dia. O meu amanhã precisa ser melhor que o meu hoje. Precisamos evoluir no Espírito, sempre, sem cessar. Ninguém é convertido, todos estamos em conversão.
Além disso, é fundamental uma contínua vigilância sobre o próprio comportamento e conduta, arrancando as ervas daninhas do pecado antes que criem raízes, pois se deixá-las enraizar vai ser mais difícil e mais sofrível arrancá-las.
III- Peça! Peça muito!! Peça com confiança!!!
“Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam e abrirão a porta para vocês! Pois todo aquele que pede recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta. Quem de vocês dá ao filho uma pedra, quando ele lhe perde um pão? Ou lhe dá uma cobra quando ele pede um peixe? Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quando mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem” (Mat. 7: 7-11).
É o próprio Cristo que ensina pedir. Portanto, PEÇA!
Mas preciso lhes compartilhar um pequeno detalhe. Além de pedir é preciso saber esperar, esperar o tempo que for preciso. Lembram de quanto tempo Santa Mônica teve de rezar para obter de Deus a graça da conversão de seu filho Santo Agostinho? Há quem diga 16, outros 20, e até quem fale em 30 ANOS. Não se sabe ao certo, de qualquer forma, é muito tempo.
É preciso ter em mente que o tempo de Deus é diferente do nosso. Deus não é caixa eletrônico, não é só apertar os botões e o resultado aparece. Além disso, Deus não é um quebra-galho, que só lembramos quando precisamos de algo.
Lembram o memorável Carlos Drummond de Andrade? “Meu Deus, só me lembro de vós para pedir”, do poema “Prece do Brasileiro”?
Entre nós não pode ser assim. Coloque Deus em primeiro lugar, e tudo o que você precisa lhe será dado em acréscimo (Mat. 6: 32).
É preciso pedir. Pedir com insistência. Reiterar. Pedir de novo, de novo, até receber o que se pede.
Lembram da parábola do juiz injusto (Lucas 18: 2-8)? Aquele juiz que não temia a Deus e que se recusava a fazer justiça a uma pobre viúva, mas que acabou cedendo aos apelos da mulher em razão de sua insistência.
Ora, se um juiz injusto e iníquo é capaz disso, o que se dirá do JUIZ JUSTO, o DEUS TODO-PODEROSO?
Portanto, peça, mas peça com insistência!!!
Outro ponto importante é que durante a sua espera não deve procurar ajuda de outros deuses (seitas, sortistas, advinhos, enfim, àqueles que manipulam forças ocultas, evocam espíritos e coisas do gênero...).
Todo o respeito às outras religiões, mas Deus é um só, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, primeira pessoa da Santíssima Trindade.
Durante a espera, “aceite tudo o que te acontecer, e seja paciente nas situações dolorosas, porque o ouro é provado no fogo e as pessoas escolhidas, no forno da humilhação. Confie no Senhor e Ele o ajudará; seja reto o seu caminho, e espere no Senhor.” (Eclesiástico 2: 4-6).
Sobretudo, tenha uma grande certeza: “Quem confiou no Senhor e ficou desiludido? Quem perseverou no seu temor, e foi abandonado? Quem invocou e não foi atendido? Porque o Senhor é compassivo e misericordioso, perdoa os pecados e salva no tempo do perigo.” (Eclesiástico 2: 10-11).
Não será você a primeira pessoa na história da humanidade a ser esquecida por Deus, de jeito nenhum!!!
Do mesmo modo, deve-se rezar com CONFIANÇA, conforme ensinamento contido na Espístola de São Tiago:
"...Mas peça com fé, sem nenhuma vacilação, porque o homem que vacila assemelha-se à onda do mar, levantada pelo vento e agitada de um lado para o outro. Não pense, portanto, tal homem que alcançará alguma coisa do Senhor, pois é um homem irresoluto, inconstante em todo o seu proceder..." (Capítulo 1, versículos 6 a 8)
IV- Orar com Inteligência e Imaginação:
Outra dica importante para quem quer receber graças de Deus, é a de SER AGRADECIDO (A) sempre, ainda que as coisas não saiam do jeito que você inicialmente quer. E quando você rezar, reze com inteligência, meditando o significado de cada palavra, e imaginando a graça de Deus acontecendo em sua vida.
É!!! É isso mesmo!!! Peça e imagine a graça acontecendo!!!
Mentalize o que quer receber, cada vez mais alimentando a confiança. “A alma que muito confia, muito alcança.” (Santa Faustina Kowalska).
Também peço a você que não recite as orações de modo mecânico, sem vida e sem devoção. “Quem reza de qualquer jeito, vira qualquer coisa”.
V- Será que o você pede é Bom para Você?
A dúvida a este respeito não deve impedi-lo nem fazê-lo desanimar. Se o que você pede não for bom (ainda que inicialmente o pareça), Deus dará a você algo muito melhor, pois sabe muito bem “dar coisas boas a quem pede”.
Portanto, joelhos no chão e preces aos céus.
Há um universo de graças esperando por você, pois “o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, foi isso que Deus preparou para aqueles que o amam” (Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios; 2: 9).
“Nec oculus vidit, nec auris audivit, nec in cor hominis ascendit”
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